quinta-feira, 29 de abril de 2010

Para Datafolha, torcida do São Paulo é a que mais cresce entre jovens até 24 anos

Nesta faixa etária, tricolores são os únicos que avançam além da margem de erro desde 2005. Fla evolui nas regiões Norte, Nordeste e Centro Oeste

O Ranking de torcidas brasileiras sofreu poucas alterações relevantes nos últimos cinco anos, segundo o Datafolha. A mais significativa mudança é o potencial de crescimento do São Paulo. Com base nos números divulgados nesta semana pelo instituto, a torcida tricolor é a que mais "rejuvenesce" no país. Todas as pesquisas do instituto são feitas admitindo hipótese de falha de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Comparando-se os índices das últimas quatro pesquisas sobre o perfil do torcedor nacional (2005, 2007, 2009 e 2010), a equipe de Rogério Ceni é a única que apresenta crescimento acima de 2% no número de fãs entre entrevistados de 16 a 24 anos.

É superficial apontar um único motivo específico para o fato, mas o resultado pode ser considerado fruto das conquistas da equipe: nos últimos cinco anos, o São Paulo foi campeão da Libertadores e do Mundial de 2005, além de ter sido tri brasileiro em 2006/07/09.

Em 2005, o clube paulista tinha a preferência de 9% dos jovens. Em 2010, passou a 12%. Todos os demais clubes tiveram alterações dentro da margem de erro neste mesmo período. É importante ressaltar que os números do Datafolha apresentam divergência em relações a outros institutos de pesquisa, como, por exemplo, o Ibope.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Entenda a polêmica envolvendo a usina de Belo Monte

Criticada por ambientalistas e representantes de movimentos sociais e encarada pelo governo Lula como projeto prioritário no setor de energia, a Usina Hidrelétrica de Belo Monte está no centro de uma polêmica.

O leilão para decidir qual será o consórcio responsável pela construção da hidrelétrica - que deve ser a terceira maior do mundo em capacidade instalada - está marcado para esta terça-feira, mas tem sido alvo de uma batalha jurídica que já fez com que ele fosse suspenso e reconfirmado diversas vezes.

Enquanto o governo afirma que a nova usina, que tem previsão para entrar em funcionamento em 2015, pode beneficiar 26 milhões de brasileiros, críticos argumentam que o impacto ambiental e social da instalação de Belo Monte foi subestimado e apontam para uma suposta ineficiência da hidrelétrica.

A BBC Brasil preparou uma série de perguntas e respostas que explicam a polêmica em relação à usina.

O que é a Usina Hidrelétrica de Belo Monte?

Com projeto para ser instalada na região conhecida como Volta Grande do Rio Xingu, no Pará, a Usina de Belo Monte deve ser a terceira maior do mundo em capacidade instalada, atrás apenas das usinas de Três Gargantas, na China, e da binacional Itaipu, na fronteira do Brasil com o Paraguai.

De acordo com o governo, a usina terá uma capacidade total instalada de 11.233 Megawatts (MW), mas com uma garantia assegurada de geração de 4.571 Megawatts (MW), em média.

O custo total da obra deve ser de R$ 19 bilhões, o que torna o empreendimento o segundo mais custoso do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), atrás apenas do trem-bala entre São Paulo e Rio, orçado em R$ 34 bilhões.

A usina deve começar a operar em fevereiro de 2015, mas as obras devem ser finalizadas em 2019.

Qual a importância do projeto, segundo o governo?

Uma das grandes vantagens da usina de Belo Monte, de acordo com o governo, é o preço competitivo da energia produzida lá, que não poderá ultrapassar o custo de R$ 83 por Megawatt/hora (MWh).

Segundo o presidente da estatal Empresa de Pesquisa Energética, Mauricio Tolmasquim, este custo representa pouco mais que a metade da produzida em uma usina termelétrica, por exemplo, com a vantagem de ser uma fonte de energia renovável.

Além disso, a construção de Belo Monte deve gerar 18 mil empregos diretos e 23 mil indiretos e deve ajudar a suprir a demanda por energia do Brasil nos próximos anos, ao produzir eletricidade para suprir 26 milhões de pessoas com perfil de consumo elevado.

Quem são os grupos contrários à instalação de Belo Monte e o que eles argumentam?

Entre os grupos contrários à instalação de Belo Monte estão ambientalistas, membros da Igreja Católica, representantes de povos indígenas e ribeirinhos e analistas independentes.

Além disso, o Ministério Público Federal ajuizou uma série de ações contra a construção da usina, apontando supostas irregularidades.

Coordenador de um painel de especialistas críticos ao projeto, Francisco Hernandez, pesquisador do Instituto de Eletrotécnica e Energia da Universidade de São Paulo, afirma que a instalação de Belo Monte provocaria uma interrupção do rio Xingu em um trecho de cerca de 100 km, o que reduziria de maneira significativa a vazão do rio.

"Isso causará uma redução drástica da oferta de água dessa região imensa, onde estão povos ribeirinhos, pescadores, duas terras indígenas, e dois municípios", diz Hernandez, que afirma que a instalação de Belo Monte também afetaria a fauna e a flora da região.

Além das questões ambientais, alguns críticos apontam que a usina de Belo Monte pode ser ineficiente em termos de produção de energia, devido às mudanças de vazão no rio Xingu ao longo do ano.

Segundo Francisco Hernandez, dependendo da estação do ano, a vazão do rio Xingu pode variar entre 800 metros cúbicos por segundo e 28 mil metros cúbicos por segundo, o que faria com que Belo Monte pudesse produzir apenas 39% da energia a que tem potencial por sua capacidade instalada.

Como o governo responde a essas críticas?

De acordo com o diretor de Licenciamento do Ibama, Pedro Bignelli, uma das condicionantes impostas na licença prévia para o empreendimento determina que seja mantida uma vazão mínima no rio.

Além disso, ele afirma que há projetos de preservação da fauna e flora e que as comunidades que forem diretamente afetadas serão transferidas para locais onde possam manter condições similares de vida. Ele também nega que as comunidades indígenas serão diretamente atingidas.

Já em relação à eficiência, o presidente da Empresa de Pesquisa Energética, Mauricio Tolmasquim, admite que Belo Monte não produzirá toda a energia que permitiria sua capacidade instalada, mas afirma que, mesmo assim, a tarifa será competitiva o bastante para justificar sua instalação.

Segundo ele, o motivo para a redução na produção de energia está nas modificações feitas no projeto para diminuir o impacto da usina na região.

Qual o histórico do projeto?

As prospecções a respeito do potencial de geração de energia da Bacia do Xingu começaram nos anos 1970, e, na década seguinte, havia a previsão da construção de seis usinas na região, entre elas Belo Monte.

Após protestos de líderes indígenas e de ambientalistas, o projeto de Belo Monte foi remodelado e reapresentado em 1994, com a previsão de redução da área represada, o que evitaria a inundação de terras indígenas.

Depois de uma série de idas e vindas, o Conselho Nacional de Política Energética definiu em 2008 que a usina de Belo Monte seria a única a explorar o potencial energético do Rio Xingu.

Em fevereiro de 2010, o Ibama concedeu a Licença Prévia para Belo Monte, impondo uma série de 40 condicionantes socioeconômicas e ambientais ao projeto.

Em março, a Aneel marcou para o dia 20 de abril a realização do leilão que decidirá qual será o consórcio de empresas responsável pela construção da usina.

Como será este leilão?

O vencedor do leilão será o grupo que oferecer o menor preço para a produção do Megawatt/hora (MWh) de energia, respeitando-se o teto estabelecido de R$ 83 por MWh.

Dois consórcios devem participar da disputa, um de seis empresas, encabeçado pela empreiteira Andrade Gutierrez, e outro de nove companhias, liderado pela Queiroz Galvão e que decidiu entrar no páreo apenas nos últimos dias.

Até a semana passada, apenas o consórcio liderado pela Andrade Gutierrez estava oficialmente no páreo, após a desistência do grupo encabeçado por Camargo Corrêa e Odebrecht, no início de abril.

A desistência acendeu a luz amarela no governo, que lançou um pacote de medidas para estimular a participação privada no leilão, entre elas, um desconto de 75% no imposto de renda da usina nos primeiro dez anos de operação, além da ampliação para 30 anos do prazo para o financiamento pelo BNDES, que pode financiar até 80% da obra.

Além disso, os dois consórcios contam com participações bastante relevantes de empresas estatais e informações divulgadas pela imprensa dão conta de que a Eletronorte, subsidiária da Eletrobrás, poderia integrar o consórcio vencedor após o leilão. A informação, no entanto, não é oficialmente confirmada pela empresa.

DE DUAS, UMA...OU ESSE POVO QUER APARECER, OU NÃO TEM O QUE FAZER. ESTAMOS E UM MUNDO MODERNO, EM QUE AS COISAS ACONTECEM RAPIDAMENTE; AGORA QUE O BRASIL CAMINHA PARA UM FUTURO MELHOR, PESSOAS INCAPAZES DE COMPREENDER O QUE ACONTECE À SUA VOLTA COMEÇAM A ACHAR O QUE NÃO SE ACHA.
QUANTO AOS AMBIENTALISTAS, ACHO MELHOR ELES CUIDAREM DO DESMATAMENTO OU SERÁ QUE ESTÃO LEVANDO ALGUM DAS MADEIREIRAS?
QUANTO A IGREJA CATÓLICA, SEM COMENTÁRIO, ELES NÃO SABEM NEM O QUE FAZEM LÁ DENTRO, É SÓ OLHAREM AS ÚLTIMAS NOTÍCIAS (PEDOFILIA).
ACHO QUE OS ÍNDIOS JÁ TEM BASTANTE RESERVAS PRA ELES CUIDAREM, SERÁ QUE ESTÃO CUIDANDO MESMO OU GANHANDO EM CIMA DISSO???
QUANTO A ESSES ANALISTAS INDEPENDENTES, SÃO TÃO INDEPENDENTES QUE NINGUÉM SABE QUEM SÃO...QUEREM APARECER PRA ARRUMAR SERVIÇO.
QUANTO AO MINISTÉRIO PÚBLICO, ESTE SIM, TEM O DEVER DE QUESTIONAR AS POSSÍVEIS IRREGULARIDADES.

O São Paulo não pode ganhar mais nada, ou melhor, não deixam...

Um dia depois da eliminação no Campeonato Paulista, o São Paulo teve outra má notícia, desta vez no Tribunal de Justiça Desportiva de São Paulo (TJD/SP) com as suspensões do meia Marlos e do zagueiro Andre Luis. A punição de um jogo para o primeiro jogador já foi cumprida através da suspensão automática, mas a de um jogo para o segundo será cumprida apenas na próxima edição da competição estadual. Além dos dois jogadores, o clube foi julgado o preparador físico Carlinhos Neves também foi julgado, mas não foi punido pelos auditores. O São Paulo ainda foi multado em R$ 1.500 por atraso.

Os motivos que levaram Marlos e Andre Luis ao banco dos réus foram distintos e em jogos diferentes. O meia respondeu pela expulsão no clássico contra o Santos, pela primeira partida da semifinal, enquanto o zagueiro foi denunciado através de prova de vídeo por lance contra o Bragantino, ainda na fase de classificação.

Em relação ao zagueiro Andre Luis, o defensor Roberto Armelin chegou a comparar o lance com a cabeçada de Zidane na Copa do Mundo. “Não houve cabeçada. Cabeçada foi o que Zidane fez na Copa do Mundo. Houve apenas um esbarrão. Não houve infração no tipo da denúncia". O advogado encerrou pedindo a absolvição do atleta ou pena mínima de um jogo de suspensão.

Marlos foi denunciado por jogada violenta – artigo 254 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) – ao receber o segundo cartão amarelo no duelo contra o Santos, seis minutos depois de ter sido advertido pela primeira vez, ao cometer falta na intermediária em Robinho. André Luis foi enquadrado por ato desleal – artigo 250 do CBJD – por ser flagrado pelas câmeras de televisão dando uma cabeçada em um jogador do Bragantino, na partida do dia 24 de março.

BOM, ATÉ AQUI TUDO BEM. SÓ ACHO QUE O GANCHO DO ANDRÉ LUÍS DEVERIA SER MAIOR.
AGORA VAMOS AOS DEMAIS FATOS. OLHA A PALHAÇADA !!!!!

O preparador físico Carlinhos Neves respondeu por atitude contrária a ética desportiva, desrespeitando membros da equipe de arbitragem – artigo 258, § 2º, inciso II, do CBJD – pela expulsão no intervalo contra o Santos por dirigir-se ao árbitro, dizendo: “Quero ver se vai ter o mesmo rigor com a equipe adversária no segundo tempo”.

ISSO É ATITUDE CONTRÁRIA A ÉTICA DESPORTIVA????? ESSE NEGÓCIO DE TJD, JÁ ESTÁ VIRANDO PALHAÇADA.

Por atraso, o São Paulo respondeu ao artigo 206 do CBJD combinado com o artigo 30 § 2° do Regulamento Geral das Competições pelo atraso de três minutos na primeira partida da semifinal.

E OLHA ISSO ENTÃO !!! SERÁ QUE TODOS OS JOGOS COMEÇAM NO SEU HORÁRIO????
A JUSTIÇA, NO MODO GERAL, EM NOSSO PAÍS, ESTÁ UMA VERGONHA MESMO, INFELIZMENTE EU TENHO QUE DIZER ISSO.....UMA VERGONHA !!!!

quarta-feira, 14 de abril de 2010

É INEGÁVEL !!! O ÚNICO HEXA CAMPEÃO BRASILEIRO É O SÃO PAULO FUTEBOL CLUBE !!!

O parecer do departamento jurídico da CBF, que proclamou o São Paulo como o primeiro clube pentacampeão brasileiro e, por isso, o que vai levar a chamada "Taça das Bolinhas", deixa claro que a entidade considera o Sport o verdadeiro campeão de 1987. Nas três páginas do documento, a entidade é contundente ao comentar o caso: "a conclusão a tirar, inevitavelmente, é que o Clube de Regatas do Flamengo não foi campeão em 1987, ao contrário do que insistem em afirmar seus adeptos e seguidores" - diz um trecho.

O parecer, reproduzido na íntegra abaixo, também afirma que o São Paulo foi o primeiro clube a alcançar o pentacampeonato do Campeonato Brasileiro: "o primeiro clube a conquistar o Campeonato Brasileiro Série A por cinco vezes alternadamente, foi o São Paulo Futebol Clube, que completou esse requesito em 2007 enquanto o C.R. Flamengo só obteve seu 5º título em 2009".

No documento, a CBF lembra que Flamengo e Internacional não aceitaram disputar os jogos decisivos do campeonato de 1987 contra Sport e Guarani, que se classificaram pelo Módulo Amarelo: "Dando cumprimento ao Regulamento, a CBF marcou os jogos entre esses quatro clubes, mas o Flamengo e o Internacional se recusaram a disputar as partidas designadas, sendo declarados vencidos por W.O. Por fim, o Sport sagrou-se Campeão Brasileiro de 1987. Esse resultado foi largamente contestado pelo C.R. Flamengo e pelo Internacional, mas sem razões consistentes".

A dúvida sobre a entrega do troféu existia por causa da polêmica sobre a competição de 1987, onde o Sport foi considerado campeão pela CBF na época. O Flamengo, campeão da Copa União, organizada pelas agremiações fundadoras do Clube dos 13, reivindicava o título da temporada.

- É algo irrevogável e está decidido. Para a CBF o Flamengo tem cinco títulos, os legais, os que foram homologados como campeão - disse o presidente da CBF, Ricardo Teixeira.


OBS: PORQUE TANTOS CLUBES TEM TÍTULOS DISCUTÍVEIS? ALGUÉM DUVIDA DE ALGUM TÍTULO QUE O SÃO PAULO JÁ GANHOU?

terça-feira, 13 de abril de 2010

Serra, o Brasil não pode mais…

"Li boa parte de seu discurso, senhor José Serra. Talvez eu seja hoje o que o senhor foi, na minha idade, quando era um jovem, que presidia a União Nacional dos Estudantes e apoiava o Governo João Goulart no Comício da Central. Quando o senhor defendia o socialismo que hoje condena, o patriotismo que hoje trai, o desenvolvimento autônomo do Brasil do qual hoje o senhor debocha.

O senhor, como Fernando Henrique, é útil aos donos do Brasil – sim, Serra, o Brasil tem donos, poque 1% dos brasileiros mais ricos tem o mesmo que todos os 50% mais pobres – porque foi diferente no passado e, hoje, cobre-se do que foi para que não lhe vejam o que é.

O símbolo do Brasil que não pode mais, que não pode ser mais como o fizeram.

Não pode mais o Brasil ser das elites, porque nossas elites, salvo exceções, desprezam nosso povo, acham-no chinfrim, malandro, preguiçoso, sujo, desonesto, marginal. Têm nojo dele, fecha-lhe os vidros com película para nem serem vistos.

Não pode mais ser o país das elites, porque nossas elites, em geral, não hesitam em vender tudo o que este país possui – como o senhor, aliás, incentivou fazer – para que a “raça superior” venha aqui e explore nossas riquezas de maneira “eficiente” e “lucrativa”. Para eles, é claro, e para os que vivem de suas migalhas.

Não pode mais ser o Brasil dos governantes arrogantes, como o senhor, que falam de cima – quando falam – que empolam o discurso para que, numa língua sofisticada, que o povo não entende, negociem o que pertence a todos em benefício de alguns.

Não pode mais ser o país dos sábios que, de tão sabidos, fizeram ajoelhar este gigante perante o mundo e nos tornaram servos de uma ordem econômica e política injustas. O país dos governantes “cultos”, que sabem miar em francês e dizer “sim, senhor” em inglês.

Não pode mais ser o país do desenvolvimento a conta-gotas, do superávit acima de tudo, dos juros mais acima de tudo ainda, dos lucros acima do povo, do mercado acima da felicidade, do dinheiro acima do ser humano.

O Brasil pode hoje mais do que pôde no governo do que o senhor fez parte.

Pôde enfrentar a mais devastadora crise econômica mundial aumentando salário, renda, consumo, produção, emprego quando passamos décadas ouvindo, diante numa crise na Malásia ou na Tailândia que era preciso arrochar mais o povo.

Pôde falar de igual para igual no mundo, pôde retomar seu petróleo, pôde parar de demitir, pôde retomar investimentos públicos, pôde voltar a investir em moradia, em saneamento, em hidrelétricas, em portos, em ferrovias, em gasodutos. Pôde ampliar o acesso à educação, ainda que abaixo do que mereça o povo, pôde fazer imensas massas de excluídos ingressarem no mundo do consumo e terem direito a sonhar.

Pôde, sim, assumir o papel que cabe no mundo a um grande país, líder de seus irmãos latinoamericanos.

O Brasil pôde ser, finalmente, o país em que seu povo não se sente um pária. Uma país onde o progresso não é mais sinônimo de infelicidade.

É por isso, Serra, que o Brasil não pode mais andar para trás. Não pode voltar para as mãos de gente tão arrogante com seu povo e tão dócil aos graúdos. Não pode mais ser governado por gente fria, que não sente a dor alheia e e não é ansiosa e aflita por mudar.

Não pode mais, Serra, não pode mais ser governado por gente que renegou seus anos mais generosos, mais valentes, mais decididos e que entregou seus sonhos ao pragmatismo, que disfarça de si mesmo sua capitulação ao inimigo em nome do discurso moderno, como se pudesse ser moderno aquilo que é apoiado pelo Brasil mais retrógrado, elitista, escravocrata, reacionário.

Há gente assim no apoio a Lula e a Dilma, por razões de conveniência-político eleitoral, sim. Mas há duzentas vezes mais a seu lado, sem qualquer razão senão a de ver que sua candidatura e sua eleição são a forma de barrar a ascenção da “ralé”. Onde houver um brasileiro empedernidamente reacionário, haverá um eleitor seu, José Serra.

Normalmente não falaria assim a um homem mais velho, não cometeria tal ousadia.

Mas sinto esta necessidade, além de mim, além de minha timidez natural, além de minha própria insuficiência. Sinto-me na obrigação de ser a voz do teu passado, José Serra. É um jovem que a Deus só pede que suas convicções não lhes caiam como o tempo faz cair aos cabelos, que suas causas não fraquejem como o tempo faz fraquejar o corpo, que seu amor ao povo brasileiro sobreviva como a paixão da vida inteira. Que o conhecimento, que o tempo há de trazer, não seja o capital de meu sucesso, mas ferramenta do futuro.

Vi um homem, já idoso, enfrentar derrotas eleitorais e morrer como um vitorioso, por jamais ter traído as idéias que defendeu. Erros, todo humano os comete. Traição, porém, é o assassinato de nós mesmos. Matamos quem fomos em troca de um novo papel.

Talvez venha daí sua dificuldade de dormir.

Na remota hipótese de vencer as eleições, José Serra, o senhor será o derrotado. O senhor é o algoz dos seus melhores sonhos".