O secretário-geral da Fifa, Jerome Valcke, afirmou que o Brasil não vencerá a briga com a entidade por mais concessões no texto da Lei Geral da Copa. Criticado pelo deputado Romário, o dirigente diz que está apenas pedindo que o país cumpra sua parte no acordo feito para receber o Mundial.
Em entrevista ao Jornal da Tarde, Valcke descartou dar mais espaços às vontades do governo brasileiro. Pontos da Lei Geral, que tramita no Congresso, não agradam à entidade, que prevê perdas financeiras dela e de seus parceiros comerciais.
A Fifa quer incluir no texto a permissão à venda de bebidas alcoólicas, a criação de tribunais especiais e de áreas de comércio exclusivas perto dos estádios. A entidade também rejeita dar desconto no valor da entrada para estudantes.
- Não há nada de novo no que estamos pedindo. Tudo estava nos documentos assinados pelo Brasil em 2007. Desde então, fizemos concessões e terminamos um documento em abril de 2011. O Brasil disse que faria em determinadas condições e nós dissemos sim, que faríamos juntos. De repente, não sei por que as coisas mudam.
Jerome Valcke diz que, se a Lei Geral da Copa for aprovada com os pontos que desagradam à entidade, a organização do Mundial estará ameaçada.
- [Se a Lei Geral for aprovada a contragosto da Fifa] não organizaremos uma Copa em boas condições. Não haverá vencedores. O Brasil não vai vencer a Fifa. Ou fazemos juntos e teremos sucesso ou não vamos ganhar.
Apesar do tom ameaçador, Valcke garante que a Copa do Mundo 2014 será realizada no Brasil.
.- A Copa no Brasil ocorre de qualquer jeito, mas temos que garantir que seja boa.
Romário
A intriga entre Fifa e o governo brasileiro se acirrou ainda mais com a declaração de Romário, que afirmou que a entidade quer criar um Estado dentro do Brasil.
O deputado afirmou que vai propor uma emenda para tirar da Fifa a exclusividade na comercialização dos ingressos para garantir a meia-entrada a idosos e estudantes.
Outro ponto criticado foi a criação de tribunais especiais, que julgariam casos pertinentes a ocorrências dentro dos estádios, e do uso indevido de produtos ligados à Copa e seus patrocinadores.
A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) considera a atitude um desrespeito à soberania e à Justiça do país, e já se colocou contrária a qualquer tipo de legislação específica.
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