segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Presidente da CBF estaria envolvido em corrupção, afirmam jornais


ZURIQUE – O processo para eleger as sedes das Copas de futebol de 2018 e 2022 foi abalado por outro escândalo nesta segunda-feira, quando jornais europeus publicaram acusações de corrupção contra três dirigentes, incluindo o líder da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), o paraguaio Nicolás Leoz, e o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira.

O jornal suíço Tages-Anzieger e o alemão Sueddeutsche Zeitung divulgaram que Leoz, Teixeira e Issa Hayatou – todos membros do comitê executivo da Federação Internacional de Futebol (FIFA) que votarão na quinta-feira para a escolha das sedes dos mundiais – teriam recebido propinas da agência de marketing da entidade que rege o futebol mundial.

As reportagens afirmam que os dirigentes receberam os subornos da companhia ISL entre 1988 e 1999. A ISL e sua empresa matriz ISMM desapareceram em maio de 2001, deixando uma dívida de cerca de US$ 300 milhões, que gerou uma crise econômica na FIFA.

Os jornais afirmaram ainda que têm os mesmos documentos que a rede de TV americana BBC divulgará em um documentário a ser transmitido nesta segunda-feira. A FIFA não comentou de imediato as reportagens.

O porta-voz da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Rodrigo Paiva, indicou que o organismo não comentará a respeito. A AP não conseguiu, de imediato, reações de Leoz ou da Conmebol.

O jornal suíço alegou que Teixeira, presidente da CBF, que organizará a Copa de 2014, recebeu US$ 9,5 milhões. Leoz, por sua vez, teria recebido US$ 600 mil.

Seis ex-executivos da ISL, que foram indiciados em 2008, afirmaram que o paraguaio, de 82 anos, recebeu dois subornos de US$ 130 mil. Hayatou, líder da confederação africana e também membro do Comitê Olímpico Internacional, teria recebido 100 mil francos franceses em 1995. Os jornais disseram que as informações estão em um documento secreto da ISL.

No julgamento, os executivos da ISL afirmaram que os pagamentos secretos para os líderes, feitos por meio de contas em Liechtenstein, foram essenciais para garantir os contratos de direitos esportivos e de marketing. Esses pagamentos não eram ilegais sob a lei suíça e foram absolvidos da maioria das acusações.

Após os fracassos, os promotores da Suíça disseram que era possível um segundo julgamento para analisar se alguns dirigentes da FIFA receberam pagamentos ilegais da ISL/ISMM. Os procuradores encerraram o caso em junho, quando os acusados pagaram 5,5 milhões de francos suíços (US$ 5,5 milhões) em danos. A FIFA divulgou um comunicado na época, notando que o seu presidente, Joseph Blatter, não esteve envolvido no caso.

As mais recentes acusações de corrupção acontecem depois que dois membros do comitê executivo da FIFA foram suspensos por um caso de ética.

(Associated Press)

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